Frase do Dia

"O amor em ação é muito mais fatal do que o amor em sonhos.”

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Revolução do Amor

Uma frase que vejo com frequência compartilhada em sites de relacionamento e atribuída a Mahatma Gandhi[1] falando que devemos ser “...a mudança que queremos ver no mundo”, me levou a uma reflexão sobre quais atitudes, nós Cristãos, devemos por em prática para mudar toda uma geração perversa, onde as pessoas se sen­tem estranguladas pelo "sistema", esmagadas pela máquina da moderna tecnologia, dominadas pelas forças políticas, sociais e econômicas que as controlam e sobre as quais elas não têm controle? Sentem-se vítimas de uma satisfação que não têm poder de mudar. O que podemos e devemos fazer?

A receita é antiga, Jesus Cristo há mais de dois mil anos atrás disse  “Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo de um cesto, mas no candelabro, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu.[2]Creio que essa metáfora, o sal e a luz, denotam a influência para o bem que podemos causar no mundo.

Fica claro que nós, sal e luz da terra, devemos ser os Revolucionários de Cristo. militantes dedicados, comprometidos a propagar a sua revolução do amor, da alegria e da paz. E esta revolução pací­fica é mais radical do que qualquer programa de violência, por causa dos seus padrões incorruptíveis e porque modifica as pes­soas e as estruturas. Lutero disse: "Com a simples palavra de Cristo eu posso ser mais desafiador e mais jactancioso do que eles com todo o seu poder, suas espadas e suas armas."  Não somos indefesos e impotentes! Temos Jesus Cristo, o seu evangelho, seus ideais e o seu poder. E Jesus Cristo é todo o sal e toda a luz de que este mundo tene­broso e arruinado precisa. Mas precisamos ter o sal em nós mes­mos, e devemos deixar que a nossa luz brilhe.

Para nossa luz brilhar devemos por em prática o amor ativo, e esse amor é descrito por Jesus nos versículos 43 a 48 do capítulo 5 de Mateus. “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.

Devemos amar ao próximo (e “próximo” no vocabulário de Deus, inclui o nosso inimigo), e não apenas amar, mas amar como a nós mesmos (o que eleva o padrão de amar). E esse amor deve ser expresso em atos, palavras e orações. Dostoyevsky[3] disse: "O amor em ação é muito mais fatal do que o amor em sonhos.” Nosso ini­migo está procurando nos fazer mal? Nós temos de procurar o bem dele, pois é assim que Deus nos tem tratado. Devemos também orar por nossos inimigos, pois na oração nos colocamos ao lado dele e por ele diante de Deus.

Agos­tinho disse: "Muitos têm aprendido a oferecer a outra face, mas não sabem como amar a pessoa que os esbofeteou." Para a maioria um amor assim é inexplicável, sem sentido algum, esse de amar nossos inimigos e oferecer a outra face. Por nós mesmos esse amor seria impossível. Como Jonh Stott[4] disse: “...esse super-amor não é amor dos homens, mas o amor de Deus que, pela graça comum, concede o sol e a chuva aos ímpios.” A frase de Alfred Plummer resume bem como funciona o amor ativo: “Retribuir o bem com o mal ê demoníaco; retribuir o bem com o bem é humano; retribuir o mal com o bem é divino.”

Aqui está sintetizado aquilo que temos que fazer pra vermos uma mudança concreta e radical no mundo, e realmente essa mudança deve começar em nós. Como citado por Dostoyevsky em seu clássico romance Os irmãos Karamasóv: “Pela experiência do amor ativo, procure amar seu próximo de forma ativa e incansável. À medida que progredir no amor, irá convencer-se da existência de Deus (não apenas de ouvir falar, mas de vivenciar), e da imortalidade da sua alma.”

Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem[5]?” Convoco a todos os corajosos Revolucionários de Cristo que nos levantemos, revistamo-nos com a armadura do espírito e em obediência ao mandamento de Cristo, possamos fazer a maior Revolução de Amor já vista após o sacrifíco de Jesus na cruz e contaminar essa sociedade com o bom exemplo que Jesus nos deixou como herança.



[1] Mahatma Gandhi defensor do Satyagraha (a força da verdade). É impossível não admirar a humildade e a sinceridade de propósito de Gandhi. Mas a sua política tem de ser considerada irrealista.
[2] Mateus 5:13-16; Bíblia Almeida Século 21
[3] Dostoiévski , Fiódor Mikhailovich – Escritor Russo
[4] Stott, John R.W. – Contracultura Cristã; ABU Editora; 1978
[5] Trecho extraído da música: Quando o sol bater na janela do teu quarto. Composição de Renato Russo.


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