Uma frase que vejo com frequência compartilhada em sites de relacionamento e atribuída a Mahatma Gandhi[1] falando que devemos ser “...a mudança que queremos ver no mundo”, me levou a uma reflexão sobre quais atitudes, nós Cristãos, devemos por em prática para mudar toda uma geração perversa, onde as pessoas se sentem estranguladas pelo "sistema", esmagadas pela máquina da moderna tecnologia, dominadas pelas forças políticas, sociais e econômicas que as controlam e sobre as quais elas não têm controle? Sentem-se vítimas de uma satisfação que não têm poder de mudar. O que podemos e devemos fazer?
A receita é antiga, Jesus Cristo há mais de dois mil anos atrás disse “Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo de um cesto, mas no candelabro, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu.[2]” Creio que essa metáfora, o sal e a luz, denotam a influência para o bem que podemos causar no mundo.
Fica claro que nós, sal e luz da terra, devemos ser os Revolucionários de Cristo. militantes dedicados, comprometidos a propagar a sua revolução do amor, da alegria e da paz. E esta revolução pacífica é mais radical do que qualquer programa de violência, por causa dos seus padrões incorruptíveis e porque modifica as pessoas e as estruturas. Lutero disse: "Com a simples palavra de Cristo eu posso ser mais desafiador e mais jactancioso do que eles com todo o seu poder, suas espadas e suas armas." Não somos indefesos e impotentes! Temos Jesus Cristo, o seu evangelho, seus ideais e o seu poder. E Jesus Cristo é todo o sal e toda a luz de que este mundo tenebroso e arruinado precisa. Mas precisamos ter o sal em nós mesmos, e devemos deixar que a nossa luz brilhe.
Para nossa luz brilhar devemos por em prática o amor ativo, e esse amor é descrito por Jesus nos versículos 43 a 48 do capítulo 5 de Mateus. “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.
Devemos amar ao próximo (e “próximo” no vocabulário de Deus, inclui o nosso inimigo), e não apenas amar, mas amar como a nós mesmos (o que eleva o padrão de amar). E esse amor deve ser expresso em atos, palavras e orações. Dostoyevsky[3] disse: "O amor em ação é muito mais fatal do que o amor em sonhos.” Nosso inimigo está procurando nos fazer mal? Nós temos de procurar o bem dele, pois é assim que Deus nos tem tratado. Devemos também orar por nossos inimigos, pois na oração nos colocamos ao lado dele e por ele diante de Deus.
Agostinho disse: "Muitos têm aprendido a oferecer a outra face, mas não sabem como amar a pessoa que os esbofeteou." Para a maioria um amor assim é inexplicável, sem sentido algum, esse de amar nossos inimigos e oferecer a outra face. Por nós mesmos esse amor seria impossível. Como Jonh Stott[4] disse: “...esse super-amor não é amor dos homens, mas o amor de Deus que, pela graça comum, concede o sol e a chuva aos ímpios.” A frase de Alfred Plummer resume bem como funciona o amor ativo: “Retribuir o bem com o mal ê demoníaco; retribuir o bem com o bem é humano; retribuir o mal com o bem é divino.”
Aqui está sintetizado aquilo que temos que fazer pra vermos uma mudança concreta e radical no mundo, e realmente essa mudança deve começar em nós. Como citado por Dostoyevsky em seu clássico romance Os irmãos Karamasóv: “Pela experiência do amor ativo, procure amar seu próximo de forma ativa e incansável. À medida que progredir no amor, irá convencer-se da existência de Deus (não apenas de ouvir falar, mas de vivenciar), e da imortalidade da sua alma.”
“Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem[5]?” Convoco a todos os corajosos Revolucionários de Cristo que nos levantemos, revistamo-nos com a armadura do espírito e em obediência ao mandamento de Cristo, possamos fazer a maior Revolução de Amor já vista após o sacrifíco de Jesus na cruz e contaminar essa sociedade com o bom exemplo que Jesus nos deixou como herança.
[1] Mahatma Gandhi defensor do Satyagraha (a força da verdade). É impossível não admirar a humildade e a sinceridade de propósito de Gandhi. Mas a sua política tem de ser considerada irrealista.
[2] Mateus 5:13-16; Bíblia Almeida Século 21
[3] Dostoiévski , Fiódor Mikhailovich – Escritor Russo
[4] Stott, John R.W. – Contracultura Cristã; ABU Editora; 1978
[5] Trecho extraído da música: Quando o sol bater na janela do teu quarto. Composição de Renato Russo.
demorô mano eh isso ai... revolução do amor!
ResponderExcluir