Frase do Dia

"O amor em ação é muito mais fatal do que o amor em sonhos.”

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Discípulo Radical – Inconformismo


Este é o primeiro de oito artigos sobre o tema e será feito com base no livro de JOHN STOTT – O Discípulo Radical[1]. Cabe aqui, a título de curiosidade, mencionar que esta é a última obra desse fantástico escritor que em 2005[2] foi considerado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.

Antes de entrar na primeira característica do Discípulo Radical, o inconformismo, faço uso da explicação de Stott para o porquê do nome dado ao livro. Discípulo porque implica em relacionamento entre aluno e professor, e radical deriva de raiz, logo Discípulo Radical traz a ideia de comprometimento máximo na comunidade cristã. Na Parábola do Semeador a diferença não estava na semente e sim no solo que as recebeu. A respeito da semente semeada em solo rochoso, Jesus diz: “Não tinha raiz”. O discípulo radical não tem direito de escolher as áreas que mais lhe convém, mas sim, submeter-se a autoridade do Senhor Jesus para onde for designado.

Logo no primeiro capítulo do livro Stott utiliza o inconformismo como uma característica inerente do discípulo radical. Nossa missão é levar a palavra para os que estão no “mundo” e ao mesmo tempo não podemos nos contaminar com ele. Assim Jonh Stott foi feliz ao dizer: “Não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a ele.” O Apostolo Paulo em carta aos romanos já alertava sobre o inconformismo: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12.2). Esse é o chamado para a igreja, andar na contramão do mundo e desenvolver uma contracultura cristã, para engajar-se sem comprometer-se.

O autor defende que na atualidade há quatro tendências que ameaçam nos tragar, e devemos estar preparados para resistir. A primeira é o pluralismo, num sentido amplo o reconhecimento da diversidade, o que confronta a singularidade de Cristo. A segunda tendência é a do materialismo onde a preocupação com as coisas materiais é tão grande a ponto de abafar nossa vida espiritual.
A terceira tendência diz respeito ao relativismo ético, e a área mais visada ultimamente é relacionada à revolução sexual onde tudo é permitido. A quarta e última tendência é a do narcisismo, um amor excessivo, uma admiração desmedida por si mesmo.

Contra essas tendências Stott diz que “...somos chamados a um inconformismo radical, não a um conformismo medíocre. Diante do desafio do pluralismo, devemos ser uma comunidade de verdade, declarando a singularidade de Jesus Cristo. Diante do desafio do materialismo, devemos ser uma comunidade de simplicidade, considerando que somos peregrinos aqui. Diante do relativismo, devemos ser uma comunidade de obediência a palavra de Deus. Diante do desafio do narcisismo, devemos ser uma comunidade de amor a Deus e ao próximo.”

Conclui que “não devemos ser como caniços (um tipo de planta) agitados pelo vento, dobrando-nos diante das rajadas da opinião pública, mas tão inabaláveis quanto pedras de uma correnteza.” O Cristão então deve assemelhar-se pura e simplesmente a Cristo, que é o tema do nosso próximo artigo.


[1] O Discípulo Radical, Jonh Stott, Editora Ultimato, 2011

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