Na sétima badalada do sino naquela manhã ele levantou assustado, nem beijou sua mulher e saiu mais do que apressado. Passou pelo quarto de seu filho sem notar que o menino o aguardava acordado esperando apenas um bom dia de seu herói inventado.
Tomou café na padaria e de forma ríspida dispensou o mendigo que o abordara. Dirigiu de forma irresponsável até seu escritório, no caminho passou no sinal vermelho e com gestos obscenos ofendeu uma senhora.
Era o seu grande dia no trabalho, o melhor negócio de sua vida estava para ser fechado, passou sem dar bom dia para a secretária e brigou com a faxineira porque sua mesa estava desorganizada.
Antes mesmo de assinar qualquer documento já ostentava sua ganância, sua ambição lhe saltava aos olhos e no egocentrismo do seu mundo só aquilo lhe importava.
Papéis assinados, negócio fechado! Restaurante caríssimo para comemorar acompanhado de vinho do Porto para brindar.
Em seus devaneios perdera completamente a noção da hora, esqueceu-se do exame de ultrassom da sua mulher, assim como perdeu a apresentação de teatro do seu filho na escola.
- Louco, esta noite pedirão a tua alma![1]
Dirigindo alcoolizado retornando para sua casa, atravessou o meio-fio acertando em cheio um poste. “Morreu na contramão atrapalhando o tráfego!”
Poxa, que texto legal! Escreva mais crônicas assim. Deitou!!! =)
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